quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Transporte público - Acostume-se ou acostume-se

Bem, estou morando em São Paulo ha quase 2 meses e vou falar do transporte público com a visão de alguém que está morando em São Paulo ha, bem, 2 meses. Prometo que no futuro, quando já for 'craque' em São Paulo, volto a comentar.
Não tenho referência, nem tenho como comparar com Fortaleza/CE, onde morava, porque lá eu tinha meu carro e ia com ele pra cima e pra baixo. Mas mesmo assim, no meu círculo de amizade e redondezas, evolução é você comprar o seu carro e parar de andar de ônibus.
Confesso que quando vim a São Paulo pela primeira vez, em 2010, andar de metrô era um divertimento e uma novidade. Ao falar para meus conterrâneos que andei de metrô em São Paulo, quando nunca tinha se quer posto o pé em um ônibus em Fortlaeza (lá ainda não tem metrô), os comentários eram: "Vixxxx, que chique!". Porque pra nós e acho que para o país inteiro, metrô é sinal de evolução, de cidade grande e desenvolvida, logo, acha-se chique.
Ao vir morar em São Paulo, eu e meu marido só trouxemos o carro dele, que era mais novo, pois se futuramente pensássemos em vendê-lo tiraríamos uma graninha melhor que no meu. O dele é um Renault Sandero 2010 e o meu um Ford Fiesta 2001 (companheiro de aventuras!) que ficou lá para ser vendido (interessados, msg-me!).
Pois bem, eu estava preparada psicologicamente para chegar e não andar de carro, até porque o que mais se ouve aqui é que não vale a pena pois o congestionamento é intenso e tudo é muito longe e haja gasolina e bolso para aguentar!
Enquanto eu não estava trabalhando e passeava pela cidade de metrô fora da hora do hush, era tudo maravilha. Conseguia sempre ir sentada e chegava super rápido ao destino, mesmo tendo que pegar mais de 1 linha. Quando você começa a trabalhar, a história muda e abre-se a porta dos desesperados (literalmente).
As empresas estão tão preparadas para esse crescimento desenfreado da cidade que algumas te dão opção de horários. Pode ser das 8h as 17h, 9h as 18h ou 10h as 19h e outras até tem horário flexível, você entra e sái a hora que quiser, contanto que cumpra as horas. A empresa que eu trabalho me deu as 3 primeiras opções. Depois de testar os 3 horários e ver o que seria melhor para mim, eu escolhi o de 9h as 18h e confesso a vocês: a diferença é muito pouca, porque as estações estão sempre lotadas nesses horários. Estou falando das estações que vão sentido o fluxo maior de pessoas, se você conseguir um emprego no 'contrafluxo' dê graças a Deus, porque desse mal você não vai sofrer.
A estação que eu uso é a vermelha. Subo na Bresser-Mooca e desco na República. Tanto na ida quanto na volta eu espero em média 3 trens até conseguir subir em 1. As vezes aparecem trens vazios, justamente pra dar chance a multidão de gente aglomerada e desesperada que está precisando ir trabalhar ou voltar para casa.
Apesar das pessoas serem educadas e pedirem licença, descule e por favor, nos momentos de lotação é cada um por si e Deus por todos. É um empurra-empurra, pisão de pé, aquele tsunami de gente.
Enquanto a maioria está de fone de ouvido eu fico de butuca ouvindo o que as pessoas dizem. A maioria está insatisfeita com o transporte público aqui em São Paulo, acham que pagam caro de mais para um serviço tão precário.
Se me permite, eu vou defender o metrô. O sistema funciona, nunca fui a uma estação que tenha visto sujeira, lixo no chão, pelo contrário, estão sempre impecáveis. E os trens também, sempre limpos e funcionando perfeitamente. O sistema as vezes não é tão rápido como deveria, não por culpa dos maquinistas e sim por culpa dos passageiros que lotam os trens e insistem em entrar em vagões já abarrotados, empurrando ou empatando as portas de fecharem, causando atraso, transtorno e sufoc o. A mesma coisa serve para os trens (CPTM).
As estações são todas muito bem sinalizadas, qualquer leigo perdido consegue se localizar, seja lendo os mapas ou perguntando a funcionários que estão sempre a vista.
Nos ônibus, os trocadores e motoristas são educados e solícitos com qualquer passageiro.
Gentileza gera gentileza.
Tudo bem, devo admitir que precisa sim de mais trens porque o número de pessoas é muito grande! Mas enquanto essas novas máquinas não chegam, que tal por a mão na consciência e cooperar para o funcionamento do transporte público e com a segurança de toda a população paulistana?

Prometi a mim mesma que não reclamaria de transporte público aqui de São Paulo, afinal de contas eu vim para cá porque eu quis e fui alertada de todos os prós e contras da cidade, inclusive isso.
Eu devo é agradecer por essa cidade e seu povo terem me recebido tão bem e estou aqui querendo cooperar para que São Paulo funcione, para que outros imigrantes como eu, possam vir e terem a oportunidade maravilhosa que estou tendo.

Um comentário:

  1. Civilidade e cidadania,são os segredos de uma cidade evoluída.Use a educação que voce recebeu para cooperar com a civilidade...bjs amo!

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