terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Dia de Praia e Aventura

Bem, como disse no post anterior, não viajamos neste feriado, meu marido trabalhou segunda e terça de carnaval e eu, graças a Deus, tive folga. 
Ontem finalmente revi um amigo de Fortaleza que mora aqui ha um tempo. Essa vida corrida de SP não tinha nos permitido ainda um encontro. Ele fez a gentileza de me levar ontem pra Guarujá, uma praia do litoral Paulistano. Foi ótimo pra sair um pouco de casa, ver gente, conhecer um local novo. Sem falar nos amigos dele que foram também e que são ótimos, adorei conhecê-los.
Foi um dia bem intenso e já conto porque:
Tudo começou quando ele confirmou que iria pra Guarujá as 11:30. Ele me pediu q fosse pra estação de metrô  Paulista, que eles me pegavam lá. Era 11h e eu fui me agilizar. Saí de casa 11:30 e aí é que começa a aventura.
Passei no banco pra tirar dinheiro e, nas pressas, digitei a senha errada, meu cartão de débito bloqueou. Lindo! Só estava com o de crédito, mas tudo bem, afinal todo canto aqui em SP aceita cartão de crédito, ainda mais numa praia super badalada como Guarujá. Fiquei tranquila. 
Fui ao ponto de ônibus, era 11:47 exatamente, tinha que pegar um que fosse pro metrô Bresser - Lembrando que eu nunca tinha pego condução da minha casa para o metrô, pois sempre vou de carona com meu marido - e o primeiro que apareceu que tinha "Bresser" escrito, eu peguei. Afinal estava com pressa, estavam esperando só por mim e aquele ônibus iria pro Metrô Bresser com certeza. Mas mal eu sabia QUE HORAS ele estaria na estação.
Resumindo, eu peguei ônibus no sentido errado e fiz um tour pela Mooca, Vila Prudente e adjacências e fui chegar na estação Bresser-Mooca as 13h (lembra a hora que saí?). Beleza, fui até a estação Anhangabaú e eles me pegaram lá. Todos já deviam ter me xingado muito, mas tudo bem, descontraímos, conheci a galera e ficou tudo bem. Saímos de SP as 13:22h. Chegamos na praia da Enseada as 15h. Viagem tranquila, estrada boa e um caminho lindo!
Bem, achei Guarujá normal. Pra quem tá acostumada com praias belíssimas lá no Ceará, Guarujá era só mais uma praia. Mas, claro, era Guarujá. Eu estava no Guarujá. Que chique! Isso já valeu. O quiosque que ficamos, Quiosque do Fernando, aceitava cartão de crédito, UFA. Mas a máquina não estava passando. 
Mas nada abalou o momento. A galera foi solidária e juntou os trocados e pagou pra quem só tinha levado cartão de crédito (eu e o meu amigo) e depois a gente se acertava.
Passamos uma tarde agradabilíssima, curtindo uma praia, tomando uma cervejinha de leve (1 latinha custa R$4,00), lanchamos, rimos, conversamos, foi muito bom mesmo. 
Fomos embora as 19h, ainda meio claro, pegamos um trânsito de leve, mas nada de mais.
Chegamos no pedágio, R$10,00, pergunta se alguém tinha dinheiro! Pedágio só aceita dinheiro ou cheque. Ficamos de parar na volta pra tirar dinheiro mas esquecemos. Lá fomos nós esperar mais uma meia hora para a galera do pedágio imprimir o boleto para ser pago posteriormente. Nessa brincadeira eram 20:30h.
A volta foi tranquila, ficamos conversando pra passar o tempo, ouvindo música e tava tudo ótimo.
Me deixaram na estação Paulista pra eu voltar pra casa. E mais uma situação aconteceu pra fechar o dia com chave de ouro: Eu não tava com dinheiro, meu Bilhete Único* tinha acabado os créditos e lá não aceitam cartão de crédito. Resultado: ligar pro maridinho ir me pegar na estação. Sorte que não tinha trânsito por ser feriado, então ele chegou rapidinho. Chegamos em casa 22:30h.
Foi um dia bem intenso mas muito agradável graças as companhias maravilhosas e por ter conhecido mais um point aqui em Sampa.
E aprendí uma lição: 
1) Não esqueça a senha do seu cartão de débito;
2) Não saia sem dinheiro em espécie na carteira em SP, porque nunca se sabe;
3) Se informe do ônibus, antes de pegá-lo;
4) Tenha o melhor marido do mundo. (mas essa lição eu já sabia)

*Cartão recarregável, que serve para metrô, trem e ônibus.
Saiba mais sobre O Guarujá: Praia do Guarujá On line

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carnaval in São Paulo

Carnaval não viajamos, vamos ficar em nossa casa mesmo, curtindo o tédio e a falto do que fazer.
Mas é até cara de pau minha dizer 'falta do que fazer' numa cidade como São Paulo, porque já andei pesquisando e a programação na cidade pra esse feriado é das mais variadas possíveis: tem bloquinho de rua na Vila Madalena, peças de teatro, cinema, até passear sem rumo pela cidade pode ser divertido.
Então, procurando no Google por parques na Mooca, acabei achando um texto escrito por Washington Olivetto, meu colega de profissão, publicitário famosíssimo e resolvi postar aqui. Achei muito bonito e coloco negrito em algumas partes que eu mais gostei. Lá vai:

SÃO PAULO POR WASHINGTON OLIVETTO

Alguns dos meus queridos amigos cariocas têm mania de achar São Paulo parecida com Nova York. 
Discordo deles. Só acha São Paulo parecida com Nova York quem não conhece bem a cidade. Ou melhor, quem a conhece superficialmente e imagina que São Paulo seja apenas uma imensa Rua Oscar Freire.
Na verdade, o grande fascínio de São Paulo é parecer-se com muitas cidades ao mesmo tempo e, por isso mesmo, não se parecer com nenhuma.
São Paulo, entre muitas outras parecenças, se parece com Paris no Largo do Arouche, Salvador na Estação do Brás, Tóquio na Liberdade, Roma ao lado do Teatro Municipal, Munique em Santo Amaro, Lisboa no Pari, com o Soho londrino na Vila Madalena e com a pernambucana Olinda na Freguesia do Ó.
São Paulo é um somatório de qualidades e defeitos, alegrias e tristezas, festejos e tragédias. Tem hotéis de luxo, como o Fasano, o Emiliano e o L’Hotel, mas também tem gente dormindo embaixo das pontes. Tem o deslumbrante pôr-do-sol do Alto de Pinheiros e a exuberante vegetação da Cantareira, mas também tem o ar mais poluído do país. Promove shows dos Rolling Stones e do U2, mas também promove acidentes como o da cratera do metrô e o do avião da TAM em Congonhas.
São Paulo é sempre surpreendente. Um grupo de meia dúzia de paulistanos significa um italiano, um japonês, um baiano, um chinês, um curitibano e um alemão.
São Paulo é realmente curiosa. Por exemplo: tem diversos grandes times de futebol, sendo que um deles leva o nome da própria cidade e recebeu o apelido “o mais querido”. Mas, na verdade, o maior e o mais querido é o Corinthians, que tem nome inglês, fica perto da Portuguesa e foi fundado por italianos, igualzinho ao seu inimigo de estimação, o Palmeiras. São Paulo nasceu dos santos padres jesuítas, em 1554, mas chegou a 2007 tendo como celebridade o permissivo Oscar Maroni, do afamado Bahamas.
São Paulo já foi chamada de “o túmulo do samba” por Vinicius de Moraes, coisa que Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Germano Mathias provaram não ser verdade, e, apesar da deselegância discreta de suas meninas, corretamente constatada por Caetano Veloso, produziu chiques, como Dener Pamplona de Abreu e Gloria Kalil.
São Paulo faz pizzas melhores que as de Nápoles, sushis melhores que os de Tóquio, lagareiras melhores que as de Lisboa e pastéis de feira melhores que os de Paris, até porque em Paris não existem pastéis, muito menos os de feira.
Em alguns momentos, São Paulo se acha o máximo, em outros um horror. Nenhum lugar do planeta é tão maniqueísta.
São Paulo teve o bom senso de imitar os botequins cariocas, e agora são os cariocas que andam imitando as suas imitações paulistanas.
São Paulo teve o mau senso de ser a primeira cidade brasileira a importar a CowParade, uma colonizada e pavorosa manifestação de subarte urbana, e agora o Rio faz o mesmo.
São Paulo se poluiu visualmente com a CowParade, mas se despoluiu com o Projeto Cidade Limpa. Agora tem de começar urgentemente a despoluir o Tietê para valer, coisa que os ingleses já provaram ser perfeitamente possível com o Tâmisa.
Mesmo despoluindo o Tietê, mantendo a cidade limpa, purificando o ar, organizando o mobiliário urbano, regulamentando os projetos arquitetônicos, diminuindo as invasões sonoras e melhorando o tráfego, São Paulo jamais será uma cidade belíssima. Porque a beleza de São Paulo não é fruto da mamãe natureza, é fruto do trabalho do homem. Reside, principalmente, nas inúmeras oportunidades que a cidade oferece, no clima de excitação permanente, na mescla de raças e classes sociais.
São Paulo é a cidade em que a democratização da beleza, fenômeno gerado pela miscigenação, melhor se manifesta.
São Paulo é uma cidade em que o corpo e as mãos do homem trabalharam direitinho, coisa que se reconhece observando as meninas que circulam pelas ruas. E se confirma analisando obras como o Pátio do Colégio (local de fundação da cidade), a Estação da Luz (onde hoje fica o Museu da Língua Portuguesa), o Mosteiro de São Bento, a Oca, no Parque do Ibirapuera, o Terraço Itália, a Avenida Paulista, o Sesc Pompéia, o palacete Vila Penteado, o Masp, o Memorial da América Latina, a Santa Casa de Misericórdia, a Pinacoteca e mais uma infinidade de lugares desta cidade que não pode parar, até porque tem mais carros do que estacionamentos.
São Paulo não é geograficamente linda, não tem mares azuis, areias brancas nem montanhas recortadas. Nossa surfista mais famosa é a Bruna, e nossos alpinistas, na maioria, são sociais. Mas, mesmo se levarmos o julgamento para o quesito das belezas naturais, São Paulo se dá mundialmente muito bem por uma razão tecnicamente comprovada. Entre as maiores cidades do mundo, como Tóquio, Nova York e Cidade do México, em matéria de proximidade da beleza, São Paulo é, disparado, a melhor. Porque é a única que fica a apenas 45 minutos de vôo do Rio de Janeiro.

Washington Olivetto é paulista, paulistano e publicitário

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Transporte público - Acostume-se ou acostume-se

Bem, estou morando em São Paulo ha quase 2 meses e vou falar do transporte público com a visão de alguém que está morando em São Paulo ha, bem, 2 meses. Prometo que no futuro, quando já for 'craque' em São Paulo, volto a comentar.
Não tenho referência, nem tenho como comparar com Fortaleza/CE, onde morava, porque lá eu tinha meu carro e ia com ele pra cima e pra baixo. Mas mesmo assim, no meu círculo de amizade e redondezas, evolução é você comprar o seu carro e parar de andar de ônibus.
Confesso que quando vim a São Paulo pela primeira vez, em 2010, andar de metrô era um divertimento e uma novidade. Ao falar para meus conterrâneos que andei de metrô em São Paulo, quando nunca tinha se quer posto o pé em um ônibus em Fortlaeza (lá ainda não tem metrô), os comentários eram: "Vixxxx, que chique!". Porque pra nós e acho que para o país inteiro, metrô é sinal de evolução, de cidade grande e desenvolvida, logo, acha-se chique.
Ao vir morar em São Paulo, eu e meu marido só trouxemos o carro dele, que era mais novo, pois se futuramente pensássemos em vendê-lo tiraríamos uma graninha melhor que no meu. O dele é um Renault Sandero 2010 e o meu um Ford Fiesta 2001 (companheiro de aventuras!) que ficou lá para ser vendido (interessados, msg-me!).
Pois bem, eu estava preparada psicologicamente para chegar e não andar de carro, até porque o que mais se ouve aqui é que não vale a pena pois o congestionamento é intenso e tudo é muito longe e haja gasolina e bolso para aguentar!
Enquanto eu não estava trabalhando e passeava pela cidade de metrô fora da hora do hush, era tudo maravilha. Conseguia sempre ir sentada e chegava super rápido ao destino, mesmo tendo que pegar mais de 1 linha. Quando você começa a trabalhar, a história muda e abre-se a porta dos desesperados (literalmente).
As empresas estão tão preparadas para esse crescimento desenfreado da cidade que algumas te dão opção de horários. Pode ser das 8h as 17h, 9h as 18h ou 10h as 19h e outras até tem horário flexível, você entra e sái a hora que quiser, contanto que cumpra as horas. A empresa que eu trabalho me deu as 3 primeiras opções. Depois de testar os 3 horários e ver o que seria melhor para mim, eu escolhi o de 9h as 18h e confesso a vocês: a diferença é muito pouca, porque as estações estão sempre lotadas nesses horários. Estou falando das estações que vão sentido o fluxo maior de pessoas, se você conseguir um emprego no 'contrafluxo' dê graças a Deus, porque desse mal você não vai sofrer.
A estação que eu uso é a vermelha. Subo na Bresser-Mooca e desco na República. Tanto na ida quanto na volta eu espero em média 3 trens até conseguir subir em 1. As vezes aparecem trens vazios, justamente pra dar chance a multidão de gente aglomerada e desesperada que está precisando ir trabalhar ou voltar para casa.
Apesar das pessoas serem educadas e pedirem licença, descule e por favor, nos momentos de lotação é cada um por si e Deus por todos. É um empurra-empurra, pisão de pé, aquele tsunami de gente.
Enquanto a maioria está de fone de ouvido eu fico de butuca ouvindo o que as pessoas dizem. A maioria está insatisfeita com o transporte público aqui em São Paulo, acham que pagam caro de mais para um serviço tão precário.
Se me permite, eu vou defender o metrô. O sistema funciona, nunca fui a uma estação que tenha visto sujeira, lixo no chão, pelo contrário, estão sempre impecáveis. E os trens também, sempre limpos e funcionando perfeitamente. O sistema as vezes não é tão rápido como deveria, não por culpa dos maquinistas e sim por culpa dos passageiros que lotam os trens e insistem em entrar em vagões já abarrotados, empurrando ou empatando as portas de fecharem, causando atraso, transtorno e sufoc o. A mesma coisa serve para os trens (CPTM).
As estações são todas muito bem sinalizadas, qualquer leigo perdido consegue se localizar, seja lendo os mapas ou perguntando a funcionários que estão sempre a vista.
Nos ônibus, os trocadores e motoristas são educados e solícitos com qualquer passageiro.
Gentileza gera gentileza.
Tudo bem, devo admitir que precisa sim de mais trens porque o número de pessoas é muito grande! Mas enquanto essas novas máquinas não chegam, que tal por a mão na consciência e cooperar para o funcionamento do transporte público e com a segurança de toda a população paulistana?

Prometi a mim mesma que não reclamaria de transporte público aqui de São Paulo, afinal de contas eu vim para cá porque eu quis e fui alertada de todos os prós e contras da cidade, inclusive isso.
Eu devo é agradecer por essa cidade e seu povo terem me recebido tão bem e estou aqui querendo cooperar para que São Paulo funcione, para que outros imigrantes como eu, possam vir e terem a oportunidade maravilhosa que estou tendo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Clima em São Paulo

Se alguém algum dia te disser que o clima de São Paulo é maluco, não duvide. Como sempre morei em Fortaleza, essa história de 4 estações do ano nunca passou de teoria pra mim, porque na prática lá não funcionava. E aqui em São Paulo eles falam: "no verão...etc etc", "no inverno...etc etc". Sempre fui acostumada com "época de chuva" ou "época de calor" e pronto.
Com pouco mais de 1 mês morando em São Paulo, já aprendi: sair sempre com agasalho e guarda-chuva, porque nunca se sabe. E é bom seguir mesmo esse conselho para não ser pego de surpresa.
Ontem mesmo fez um lindo dia de sol, calor, mas no final do dia dá-lhe chuva. E é assim quando faz calor, pode se preparar que lá vem chuva no fim do dia. Porém, ha uns dias atrás fez um frio de bater os queixos (pra mim, que não estou acostumada com fri. ainda.o).
Mas o mais incrível de tudo é que São Paulo pode ser dar o luxo de chover, fazer frio, afinal, não tem praia.
Na minha versão, São Pedro diz aos paulistanos:
- Pra quê vocês querem calor e dias ensolarados se vocês nem tem praia para usufruir?
Já para os cearenses, ele diz:
- Pra quê querem chuva e frio? Vocês tem belíssimas praias. Merecem aproveitá-la sem interrupções.
Então, é isso. Vem pra São Paulo? Venha precavido. Botas e agasalhos para os dias de frio e - de novo - agasalhos e guarda-chuva para os dias de calor...bem, e frio também porque nunca se sabe.
Afinal o clima em São Paulo é meio maulco.